Beijo Ferreira

Beijo Ferreira 

Por Fabrício Miranda

Nasceu Benjamim Alves de Oliveira em 30 de abril de 1905. Com o passar dos anos Tornou-se Beijo Ferreira. Conta a história que o pseudo-sobrenome “Ferreira” foi herdado de um tio avô, que mantinha uma tenda onde eram fabricadas ferramentas.

Ao lado de Isaura Assis de São José, com quem se casou em 25 de junho de 1930, criou treze filhos. Lilico, Otacílio, Laura, Celso, Marta, Moacir, Nazinha, Leninha, Alberto, Cí, Roberto, Júlio e Mauro.

Registro de Batismo de Benjamim, nascido em 30 de abril de 1905.

Beijo foi um homem desbravador. Quando tropeiro, em lombo de mulas, conheceu o Estado de São Paulo. Foi também açougueiro. Naquela época comprava e vendia porco em toda região. Foi vereador e até tentou ser prefeito, porém, sem êxito. Parece que o destino preferiu que ele escrevesse a história de outra forma. E o bravo descendente de ferreiro, assim o fez. Juntou algumas economias e em sociedade com o fazendeiro Zé Anjo comprou o primeiro caminhão de Rio Espera. No volante deste caminhão escreveu parte da história rioesperense.


O homem era mesmo danadinho. Atrás, no local onde mantinha o seu açougue, tinha uma máquina que deixava arroz com casaca limpinho.

Beijo foi, sem dúvida nenhuma, um empreendedor. Naqueles tempos em que as pessoas tradicionalmente participavam das festas de Bom Jésus do Matozinhos. Beijo usou seu caminhão para encurtar a distância entre Rio Espera e o santuário em Congonhas. Nessa época viu no transporte de passageiros uma boa oportunidade de negócio. Pouco tempo depois em sociedade com o Macabeu, irmão de sua esposa Isaura, fundou uma empresa de ônibus. Que depois foi dividida em duas. A Viação Rio Espera ficou com o Macabeu e a São Luiz com
ele. Essa última foi vendida ao Filhinho e ainda roda até hoje. Nos ônibus carregou de tudo. De porco a cartas para os Correios. Por causa das correspondências aposentou-se como carteiro.




Beijo foi um homem de paixões. Amava Isaura, filhos, netos, Rio Espera e o Cruzeiro Esporte Clube. Nos áureos tempos do escrete que encantava o país com Tostão, Dirceu, Raul e companhia. Beijo Ferreira enchia a rural de gente e ia ver o Cruzeiro no Mineirão. A paixão por aquele time parece ter contagiado a família. Hoje grande parte torce pelo clube azul celeste. Aos domingos era certo vê-lo a beira do campo do Asilo. Gostava de ver os netos jogarem bola. Otacílio que virou goleiro e Didi o artilheiro. Beijo Ferreira um pai dedicado que enfrentou muitos obstáculos na vida. Homem honesto que cativava os amigos. Sempre de braços abertos acolheu muita gente na sua casa. Deve ser por isso que os netos o chamavam padrinho. Durante os oitenta e sete anos que passou aqui na terra, Benjamim deu um lustre no termo: “o trabalho enobrece o homem”. Beijo trabalhou muito. Mas como ninguém é eterno, em junho de 1992, fez sua última viagem.

Com certeza Deus o chamou para auxiliar em algum novo empreendimento.

Beijo Ferreira e sua família. data desconhecida

3 Replies to “Beijo Ferreira

  1. Bonita história!
    Nos anos 70 tinha um motorista Com o nome de Celso extrovertido que dirigia a linha de Lafaiete a Rio Espera, e o pessoal dizia que ele era filho do Beijo Ferreira. O local tem muitas histórias boas. A minha família era desta região.Parabéns!

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